domingo, 9 de agosto de 2009

Pare de escrever!: O POEMA

Pare de escrever:
As palavras fogem da mente...
Pare de escrever:
... Se descontraem com a gente...
Pare de escrever:
...E se armam até os dentes.

Pare de escrever!
- Será que vão parar?

Pare de escrever!
Roubam as asas do intelecto...
Pare de escrever:
... Ganham vôo de desejo predileto...
Pare de escrever:
... Se espatifam em um dizer completo.

Pare de escrever!
- Se esvaziou de ar rarefeito?

Pare de escrever:
Palavras repudiam o pensar celeste...
Pare de escrever:
E desnorteiam o cantar campestre
Pare de escrever:
Ainda desafiam o monte Everest.

Pare de escrever!
Será que vou parar de NÃO escrever?

Pare de escrever:
Tais palavras invadem profundas alturas
Pare de escrever:
De um pensar de absoluta loucura
Pare de escrever:
E adentra tão lamentada bravura.

Pare de escrever!
Findou tal poeticidade?

Pare de escrever:
Palavras até fogem de mim
Pare de escrever:
E se ilimitam no pensamento
Pare de escrever:
Exclamam um sussurro, um sim
Pare de escrever:
E sorrateiras, se lançam ao vento

Pare de escrever:
Ainda continuarei não escrevendo?
Silva, Rodrigo Barbosa

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