segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Outros poetas

Aço e fogo



















Eu o aço...
Você meu fogo,
no abraço.
Sou resistente, mas
Me derreto com seu jeito
quente
inflexível... Às vezes
com seu calor
em suas mãos,
tangível...
Viga de sustentação
Porém demolida.
O seu olhar...
amolece meu
coração!


ღRaquel Ordonesღ

Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98


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Poemas diversos: Pirataria

PIRATARIA

Hoje em dia
O drama virou comédia
Qualquer demasia
É motivo de festa

Roubalheira no passado
Era devassidão
Hoje o que é errado
É mania em multidão

Será que estamos doentes?

Hoje em dia
O pecado é que manda
Onde está o amor?
Enfurnado às vendas?

Amor se compra?
Deve ser barato...
Vendido em qualquer qualquer
Achado em qualquer banca...

Por que dor
Rima com amor?
Deve ser o acaso
A governar tal absurdo?

O mais perverso está
No preço disso: "nada!"
Não há preço
O que há, não é!
E nem vemos isso...

Pirataria "desconhecida"
De onde isso veio?
Para onde vamos?
O não saber se torna letal

Dramático andamento
Caminho sem rumo
Vida de consumo
É verdade, consumimos amor..

Não há o que pasmar
O coração bate,
fazer o que?
Morrer por isso?

É irônico tal descuido
Não vai demorar muito
E a polícia vai prender
Quem amar, quem vender
Quem comprar, quem viver
É negócio, certo?

Não há verso que rime com isso...
Nem compreensão que pague...
Só os nossos olhos a ver tal "desgraça":
Amor à venda -> não tem preço...

Silva, Rodrigo Barbosa

Poemas diversos: Eu cresci

EU CRESCI

Não sou mais quem sou
Mas sou quem sou,
Sendo...
Como isso pode?

Era alguma coisa
Mas um dia perguntei:
Quem sou eu?
Não sei, não sei...

Como saber se nunca sou,
Mas sou?
Como isso pode?

Mudei, mudo, mudarei
Mas sempre serei
Como isso pode?

Passo no tempo
Sem entendê-lo
Como isso pode?

Loucuras à parte
Já não mais entendo
Mas tenho essência
Como isso pode?

Não era pra ser loucura
Mas um paradoxo me envolve
[Como isso pode?]:
Cresci...

Silva, Rodrigo Barbosa

Série das Óperas: Ópera do Lucro

Ópera do lucro

Surpreendente
Mas estou aqui
Sou platéia
Sou ator

Assisto, aceito
Um mundo perfeito
Ideais dos pequeninos grandalhões

Surpreendentes
Línguas soltas
Dedos doendo
De tanto apontar

A culpa é minha?

Parágrafo único:
- Todos nós devemos
esgotar-nos ao infinito
de nós mesmos: nada.

Que lei é essa?

Da oferta e da procura?
Do excesso sem censura?
Do egoísmo comunal?
De demasia atemporal?

Surpreendente...
Mar de gotas inefáveis
De prazeres incontáveis
De choros estridentes

Seria um consolo?

Acreditar que irão ler
Irão ver a vida
a ser o que é...

E...[...]

Olhe por um lado...
A culpa é sua!
É nossa!
Pois pisamos nesse chão.


Silva, Rodrigo Barbosa

Poemas diversos: Vertigem

Vertigem


Persegui os caminhos
Cosmopólios pensamentos
Lindezas lúcidas em vinho
Lunar em raio de vento

Persegui dor de cabeça
Confundi os meus olhares
Ela requer que eu esqueça
Dos meus humildes pesares

Optei por qualquer coisa
Qualquer coisa, eu sei...
Uns três pontinhos serenos...
Exclamação: a lei!

Optei por todas regras...
Compromissos des-regrados
À limites exaustivos
Em semblantes assustados.

Vertiginoso coração
Almada solução
Um nada em previsão:
A chuva em belo som.

Silva, Rodrigo Barbosa

Poemas diversos: Ossos secos

Ossos secos

Engatinha a humanidade
Cheia de pompa
Viciada em si

Demora os versos todos
Cadê a verdade?
Habita nos míseros cantos
Felizes por isso...

Miserável miséria
Obviedade séria
Fome, desastre
Descaso...

Aonde vamos parar?

Cânticos esperançosos
Anunciam a parada
Apocalípticos ossos
Bem secos, em nada

Nada de nada
Ápice sagrado
Imaginação
Energia real

Somos tão tolos...
Tarados por dinâmica
Findados por estadia...

Nossa casa, nosso lar...

Poemas diversos: Bolso

Bolso


Meu coração está no bolso
Eu o guardei para você
E quando estou escondido
Só a lua pode me olhar

E toda luz, bela luz
São belos rastros de bela certeza
Dualidade promíscua
Incinerante vento

Des-ritmo, destreza
Des-canhotice, desdenha
In-mar, In-Sol
In-praia, In-luar

Vou guardar no meu bolso
Meu ar também
Meu fumo, rumo
Fumaça a encantar

E o vício, meu vício
Minha dor, meu amor
Sede romântica

Me deixa eu beber
Do seu sorriso
Sonho teu eu quero ser

Assim vou viver
No paraíso
Num beijo seu a me conter.

Em belo solo descabido
Ilusão, eu sei, eu sei...
E num pudor proibido
Sem chão eu andarei.

Silva, Rodrigo Barbosa

Poemas diversos: Criatura Multi-fusa

Criatura Multi-fusa

Sou de areia, um pequeno grão
Jogado na praia
Alentado à vaia
Estrondoso som.

Por isso irrequieto
Me vejo levar
Por um vento discreto
Sem cheiro e sem ar

Vento bem conhecido
Maré imperfeita
Lua cheia de ilusões...

Sou trucidado
Partido ao meio
Em meio ao pecado

De onde isso veio?

Para onde vou?
Não sou submisso
Mas levanto vôo...

Vou voar e voar
E confuso estou voando
Mesmo cego, cansado
Me diz: qual é o seu plano?

Deus que é PAI
Filho e
Espírito Santo:
A trindade de amor...

Vem me dizer e dizer
E dizendo, o dito é...
É e pronto, somente fala
Por isso cala, e consente

Cala todos nós e...
Nos deixa falar por isso
Permite a razão de ser... ser!
Isso sem compromisso

Por isso que:

Mesmo em mar de cegueira
Mesmo em abismo profundo
Mesmo em dor, em tristeza:
Nesse amor acreditarei!

Até confuso, selvagem
Mesmo sendo com o mundo
Até longe da maior beleza:
Nesse amor acreditarei!

Silva, Rodrigo Barbosa

Poemas diversos: Súdita Luz

Súdita Luz

Onde a noite impera;...
A súdita luz da lâmpada
Permanece

Onde o tempo espera;...
O calor do filamento
Nos aquece

Onde o amor dilacera;...
A morte lânguida
A vida enlouquece

E assim a luz ali está
No simples brilhar
Esperando sua morte

Desta forma suave
Luminando os corações
“Abaixonados”

Nos toca tão de leve...
Nem a sentimos...
Mas é tão forte ao nosso olhar...

Por isso a luz ali está
Em seu simples brilhar
No seu fim, no apagar...

Silva, Rodrigo Barbosa

domingo, 13 de setembro de 2009

Poemas diversos: Maçante passagem

Maçante passagem...


...E pára o relógio
Em profundas estações
Estático, somente contando
A passagem do tempo

Relógio astuto!
Tic-tac em batidas
Sopradas ao vento
Dos sons o mais bruto

Em MHS, de lá prá cá
Indo ao mesmo lugar sempre
Mas nunca está no mesmo lugar
A ordem se inverte....

Dá para entender
Tal canto eterno?
Nem o relógio entende...
Só pode perpassar por si

E um dia acabar assim:
Passando, pois o tempo passa
E nós como massa
Só podemos passar, per-postos
Transpostos em nós mesmos

Podemos andar por aí
Mas nunca saímos do lugar
Mesmo nunca estando em lugar nenhum

O relógio (a voz da experiência)
Pode dizer tal absurdo,
O relógio é dela consequência:
Só podemos passar surdos.

Pela vida, não ouvimos
Não temos ausculta
Não tem som de som passando
Não tem tempo

O tempo só existe porque passamos
Porque as coisas passam
Porque ele é passando
E nós mergulhados nele....

Silva, Rodrigo Barbosa.

domingo, 6 de setembro de 2009

Poemas diversos: Linguagem

Linguagem

Não consigo fazer nada!
Consi-do¹?
Ritmo? Métrica? Rima?
So what?

O que é linguagem?
Di-ferença?
Tento... Re-tento... Des-tento...
And now?

As possibilidades!
Consi-do?
Só música! Mus! Ica!
Whi?

É fato inóspito, sem-lugar?
Que canção diria?
Que falar de um dia..
Seria tão irreversível?

A ponto de manter
A ponto de bater
A ponto de ser pobre

Tal como essa rima – prima
Da obra, de mim, do poema
Do ritmo de cima, de baixo
Do lado, do outro de nós

Linguagem não subjuga
Nem é subjugada
Não muda
Não é dada!

Simplesmente é por ela
A linguagem fala
Por isso é!

This? That?
No! Are only!
Como este ponto final.
Silva, Rodrigo Barbosa
Legenda:
1- Consi-do: Junção de “conseguir” ( em português ) e “do”( em inglês ).

Poemas diversos: A ti também



A ti também


A ti também, meu bem
Meus versos perto de ti até se calam...
A ti também, meu bem
Pois como bons perfumes em ti exalam
tua beleza
A ti meu bem, seus olhares anunciam
Por isso, a ti meu bem
Deixo meu grande abraço

Pra que poetar se já tenho
Diante de mim um poema perfeito?
Fala, canta, ressoa
E ainda possui formas inefáveis
De tão belas.

Mas comentários à parte
Deixo que você como poesia
Se deixe falar e eu como expectador
Me permita deixar de ser poeta
E calado, me deleitar
em sua manifestação
seu abraço!


Silva, Rodrigo Barbosa.

sábado, 5 de setembro de 2009

Poemas diversos: Sono

Sono

Minhas pálpebras
São o universo
A rasgar minha face

Insistem em cair
Levando consigo minha pele
Fechando os olhos.

Não deixo de ver
Vejo muito mais
- As lembranças ...
Se fazem assaz...

Momentos, pensamentos...
Alardes dissonantes
De provável sonho

Não existe escuridão
Somente a turva visão
Desalmada de mim
Mais um não do que sim

Rápido, o olhar se coloca
De novo, e de novo
[ou de velho?]
De pé, aqui, na fé...

Acreditar...

Realismo? Egoísmo
de lúcida mente?
Ilusão de viver
dessa gente?

A resposta de ser?
Simplesmente amar.
Onde está o sem-fim?
Derramado no ar...


Silva, Rodrigo Barbosa.