domingo, 13 de setembro de 2009

Poemas diversos: Maçante passagem

Maçante passagem...


...E pára o relógio
Em profundas estações
Estático, somente contando
A passagem do tempo

Relógio astuto!
Tic-tac em batidas
Sopradas ao vento
Dos sons o mais bruto

Em MHS, de lá prá cá
Indo ao mesmo lugar sempre
Mas nunca está no mesmo lugar
A ordem se inverte....

Dá para entender
Tal canto eterno?
Nem o relógio entende...
Só pode perpassar por si

E um dia acabar assim:
Passando, pois o tempo passa
E nós como massa
Só podemos passar, per-postos
Transpostos em nós mesmos

Podemos andar por aí
Mas nunca saímos do lugar
Mesmo nunca estando em lugar nenhum

O relógio (a voz da experiência)
Pode dizer tal absurdo,
O relógio é dela consequência:
Só podemos passar surdos.

Pela vida, não ouvimos
Não temos ausculta
Não tem som de som passando
Não tem tempo

O tempo só existe porque passamos
Porque as coisas passam
Porque ele é passando
E nós mergulhados nele....

Silva, Rodrigo Barbosa.

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