segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Série das Óperas: Ópera do Lucro

Ópera do lucro

Surpreendente
Mas estou aqui
Sou platéia
Sou ator

Assisto, aceito
Um mundo perfeito
Ideais dos pequeninos grandalhões

Surpreendentes
Línguas soltas
Dedos doendo
De tanto apontar

A culpa é minha?

Parágrafo único:
- Todos nós devemos
esgotar-nos ao infinito
de nós mesmos: nada.

Que lei é essa?

Da oferta e da procura?
Do excesso sem censura?
Do egoísmo comunal?
De demasia atemporal?

Surpreendente...
Mar de gotas inefáveis
De prazeres incontáveis
De choros estridentes

Seria um consolo?

Acreditar que irão ler
Irão ver a vida
a ser o que é...

E...[...]

Olhe por um lado...
A culpa é sua!
É nossa!
Pois pisamos nesse chão.


Silva, Rodrigo Barbosa

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