segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O vento

O vento sopra onde quer
Não se sabe de onde vem
Nem pra onde vai voar
Só sei que ele sopra e sopra

Profundo e silente navegador
Desenhado nas mais belas linhas
Do absurdo imaginável, iletrável
Perpetrado ao mais distantes ares

Discrepância suave e singela
É o sem-cor mais colorido de todos
Só pra aparecer a cor da amarela
Luz do Sol inebriante e calórico

Se esse fosse um vento que só se respira
Essa frase não seria longa nem curta
Seria só frase, como é a vida: uma frase.

Há um longo ponto reticente nessa ventania
Não é o bastante pra falar por um dia
O que quer dizer esta poesia
Que se amiúda a passos lentos
Despercebida e sem rima forte
Como aquele vento do norte de ontem
Pequena força aparente num único vento
Ahh, se soubessem que o vento faz mais que soprar
A frase acabaria neste instante por não mais "ventar"...

Rodrigo Barbosa Silva

2 comentários:

  1. Nossa, Rodrigo, que poesia linda...
    Me lembrou uma música de que gosto bastante. Peço licença para colocar aqui...

    Catavento (http://carol-gualberto.blogspot.com/2009/04/catavento.html)

    O vento que sopra refresca a alma
    Trazendo um cheiro de terra molhada
    Ilumina o corpo que inteiro saltita
    Piruetas, remexos, estrelas amigas

    Meninos correndo, famílias em festa
    É largo o abraço na casa modesta
    O vento renova a fé e o sorriso
    Pela doce presença do espírito amigo

    Sinto meu corpo girar feito um catavento
    Mistura de cores e dons, de jingas e canções
    Quero ver o meu corpo pisar rastreando esse vento
    Uma vela içada ao ar marcando esse tempo

    Carlinhos Veiga

    Parabéns pelo seu dom! =)

    Taís Lara

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  2. Obrigado, Tais. Ótima música esta hein...

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