O que se pode quebrar com uma simples palavra?
Não há resposta que possa ser dita ou pensada
Só o silêncio diz e o seu dito é misterioso e selado
Que aluno gostaria de escrever suas linhas assadas?
Isso mesmo! Churrasquinho de letras e linhas...
Festas, músicas, gritos, bebedeiras poemáticas...
Embriagues abismática, gente doida endoidecendo
Risos, choros, ranger de dentes, frio, calor e rimas
Ante a tudo isso o escultor desenha seus códigos
Musas eternas e caladas são descobertas sensuais
Enquanto muitos querem dizer seus cantos pródigos
Há outros escondidos em suas palavras torpes
"Sem" dizer nada ele [o silêncio] grita surdo:
"Nada! Nada! Nada! Nada! Nada! Nada! Nada!"Como? Pode ser tão abusado e perturbador?
O escultor quer falar, mas sem culpa não diz:
Nada! Nada! Nada! Nada! Nada! Nada! Nada!
Neste âmago do desespero desperta o poeta
Poente súbito de ideias nascentes e veladas
Ao mais fundo abismo revelador do absurdo
Num sem fim fantasma felino, fugaz e funesto.
E mesmo assim emergir na vitalícia construção
Que esculpe o sem sentido mais sentido do mundo
Só por sentir em exagero
Só por falar com teimosia
Só por calar o desespero
Só por viver apesar de tudo
Só por ser parte da poesia.
Rodrigo Barbosa Silva