terça-feira, 16 de março de 2010

Poemas diversos: Ideoduto

Ideoduto

Incríveis pensamentos
Indiferenças cantadas
Ilimitam os mundos
Inocentam as musas

In-doutos doutoram
Incisões doentias
Involuntário penso
Iniquidoso vivo

Inesquecíveis prantos
Inaldíveis menções
In-críveis crenças
Interessantes falas

Ignispício afogueado
Ideograma mental
Incessantes pendências
Irrelevantes pesares

Assim o ideoduto
Se perpassa somente
Assim a gente passa
Passar faz parte da gente

Quem dera que fosse
Quem dera que desse
Quem dera que hoje
Pudera ser hoje por hoje
Alinhar ao centro
A voz invasora diz que está
Aquele que escuta é
Se sendo já foi
Um dia será

...

Idéia.

Rodrigo Barbosa Silva

sexta-feira, 12 de março de 2010

Poemas diversos: Passas

Passas

Ó mãe, me dá uma uva passa
Não quero essa suja massa
Que esconde o suor da massa
Me dá a doçura da vida que passa

Ó mãe, eu quero um viver de improviso
Que rime a linda beleza de um mito
Pras palavras dizerem o que há nesse dito
Se é um viver mesmo ou desvairio...

Se quero
Se sinto
Se espero
Se minto

O que há?

Não posso?

Ó mãe, sei que seu pranto me "encanta"
São lágrimas de sal,
Me deixa sentir o gosto
De queda suave da água no chão

Ó mãe, me dá as palavras
Pra que eu possa escrever
A outra vertigem dos passos
Do errante viandante

Se sinto, eu quero
Se espero, eu minto
Pois palavras são palavras
E vaidade é vaidade.

Rodrigo Barbosa Silva


sexta-feira, 5 de março de 2010

Poemas diversos: Me encanta o encanto

Me encanta o encanto

Me encanta o en-canto

me espanta o canto
daquilo que enquanto
eu visto, portanto
Arrasa meu ser

Me en-canta enquanto
sou som do real
gritante solvente
de soluto sistema

Me espanta o espanto
de migo comigo no canto
de dia após dia
ao rimar poesia com tia

Me entenda, poema
Não é mau o que faço
Estou nesse dilema
Será que é um descaso?

Me encanta o canto
Que canta àquele
Que ilusiona o pranto
Dos versos azulares

Me insito mais nisso
Me contraio ao ponto
Da dobra sem dobra
Do canto sem canto

A obviedade não é mais trivial
O silêncio não desperta mais o secreto
A sequência não mais permeia o caminho
As palavras não mais nos trazem os significados.

Rodrigo Barbosa Silva