quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Teclado

Escrevendo, mais ainda me deparo
Sem acentuar nem til nem agudo
Sem mesmo negar, ou mesmo cedilhar
Com acentos podados ao talo pelos dentes ansiosos
Coitados dos dedos acentuados, coitados...

Acentos mastigados, dilacerados
Na poesia fugidia sem escapar da forma
Nem vista nem delineada por qualquer
Aquarelista escritor das cores sem som
Assim seguimos a vida... assim...

O que pode haver de errado no dito?
Nem quero mais interrogar o nada
Ignorarei o pontuar textual excessivamente

Quem sabe assim termine o laborioso dizer
O abstrato desmundo das palavras...

Inventemos agora um silenciador para o silencio.

Rodrigo Barbosa Silva

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